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Da garrafa PET a órteses de alta tecnologia: a terapia ocupacional e a reabilitação pós‑AVC

“Ela sempre escutava os pedidos: ‘me corta um chanelzinho, por favor’, ‘só mais essa mecha’.
Até que um dia, após o AVC, a tesoura ficou pesada na mão.
Os dedos não obedeciam. A alegria sumiu do salão.
Quando a terapeuta ocupacional entrou na sala, ela não prometeu milagres — mas prometeu que, juntas, encontrariam um caminho para que ela voltasse a cuidar dos cabelos… e a sentir que ainda era ela mesma.”


🧩 O que faz uma terapeuta ocupacional (TO)?

A terapeuta ocupacional é um profissional da reabilitação que muitos não conhecem — mas é peça‑chave após o AVC. Os terapeutas ocupacionais avaliam e tratam as mudanças de função, coordenação, cognição e ambiente doméstico para que a pessoa recupere suas “ocupações” (diárias).

Eles se concentram em atividades do dia a dia (como escovar os dentes, pentear o cabelo, pegar um copo) e ajudam o paciente a reencontrar significado nas tarefas que eram rotina — e ainda podem ser.


🖐️ Funções‑motoras finas, escalas funcionais e adaptações

✅ Reabilitação das funções motoras finas

Após o AVC, mãos e dedos ficam rígidos ou sem controle. O TO pode propor exercícios como:

  • Usar alicates ou pinças para pegar bolinhas ou botões (trabalho de coordenação e destreza)
  • Escrever ou desenhar com adaptações
  • Atividades significativas para o paciente — por exemplo, no caso da cabeleireira, pentear uma boneca ou manipular uma escova leve.

📊 Escalas funcionais para diagnóstico e prognóstico

O TO utiliza escalas padronizadas que avaliam força, coordenação, sensibilidade e função das mãos e membros superiores após AVC. Essas avaliações permitem definir metas, acompanhar progresso e ajustar o plano terapêutico.

🏠 Adaptação de ambiente / órteses

Quando a função está muito alterada, a terapeuta ocupacional pode:

  • Indicar órteses para a mão ou punho, para manter posição funcional ou proteger articulações
  • Adaptar utensílios (pentes, escovas, copos) para que o paciente realize a tarefa com menos esforço
  • Ensinar trocas de dominância: se a mão dominante perdeu função, aprender a usar a outra com agilidade

🔧 Treino de AVDs: Atividades de Vida Diária

AVD = atividades de vida diária. O TO trabalha:

  • Vestir‑se: abotoar camisa, fechar zíper, pôr meias
  • Higiene pessoal: pentear, escovar dentes, lavar o rosto
  • Alimentar‑se: manejar talheres, segurar copo firme
  • Tarefas da profissão ou lazer: no caso da cabeleireira, retomar o ato de cortar cabelo, usar tesoura, movimentar braços e dedos com suavidade

Essas tarefas reabilitam a função, mas também reconectam o paciente com quem ele era.


🌐 Ambiente e função: o TO está na sua realidade

Um bom terapeuta ocupacional não trabalha só no consultório. Ele se ambientaliza:

  • Avalia a casa e o salão de beleza, identifica obstáculos
  • Sugere mudanças como altura da bancada, assento ajustável, organização dos objetos
  • Trabalha em conjunto com fisiatra, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e cuidador, para que o plano seja coerente e funcional

🧭 Como o TO se integra na triagem da reabilitação pós‑AVC?

  • Diagnóstico: avaliar deficiências de função fina, coordenação, sensibilidade ou cognição
  • Metas: “voltar a pentear cabelos”, “escrever cartões”, “comer sozinho”
  • Plano: atividades diárias, adaptações, órtese, treinamento de dominância
  • Monitoramento: reavaliação com escalas, ajuste da intervenção

✅ Conclusão

A terapeut­a ocupacional é quem pega as peças da rotina que ficaram espalhadas após o AVC e ajuda o paciente a recolocar‑se no jogo da vida diária.
No caso da cabeleireira, a tesoura voltou a cortar, as risadas do salão retornaram — e ela se reconheceu novamente.

Se você ou alguém que você cuida passou por um AVC e sente que “a vida não é mais a mesma”, saiba: o TO está lá para reconstruir não só a função — mas o dia, o gesto, o cuidado com os outros que ainda pode existir.


💬 Prompt para IA

Estou cuidando de [NOME DO PACIENTE], que teve um AVC há [X semanas/meses].
Ele(a) perdeu parte da função nas mãos e não consegue realizar tarefas como pentear o cabelo, abotoar a camisa ou segurar talheres.

Gostaria de saber:

  1. Qual o papel da terapeuta ocupacional nessa fase da reabilitação?
  2. Que tipo de atividades e adaptações ela pode propor para o dia‑a‑dia?
  3. Como posso ajudar como cuidador(a) nessa jornada?

Use linguagem clara e prática, com exemplos de rotina.

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