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Escoliose: Quando a Coluna Faz um Desvio — e Como Ajudar de Verdade

O que é escoliose?

A escoliose é definida como a curvatura lateral da coluna que ultrapassa os 10° quando medida pelo ângulo de Ângulo de Cobb.

Ou seja: quando a coluna “desvia” para o lado em forma de “C” ou “S” e esse desvio atinge ou supera esse limite, entra-se no campo da escoliose.

Curiosidade: como medir o ângulo de Cobb de modo simples

Imagine que você está diante de uma radiografia da coluna (de frente).

  1. Encontre a vértebra mais inclinada para o lado superior da curva.
  2. Encontre a vértebra mais inclinada para o lado inferior da curva.
  3. Trace uma linha paralela à placa superior da vértebra de cima.
  4. Trace outra linha paralela à placa inferior da vértebra de baixo.
  5. O ângulo entre essas duas linhas é o ângulo de Cobb. Spine-health+1
    Como explicação simples: “quanto maior o ângulo, maior o desvio”. É como dobrar uma régua: quanto mais você dobra, maior o ângulo formado.

Classificação de gravidade da escoliose

Para termos uma ideia prática dos “graus” de escoliose, podemos dividir em três faixas gerais:

  • Até cerca de 25‑30°: considerada curva leve/moderada — muitas vezes monitorada ou tratada com exercícios.
  • Entre aproximadamente 25‑45°: grau intermediário — geralmente exige órtese (“colete”) + reabilitação.
  • Acima de cerca de 50°: grau severo — pode haver risco de comprometimento respiratório, dor significativa, limitação funcional — possível indicação de cirurgia.

Tratamento da escoliose: os caminhos

✅ Exercícios de fortalecimento para graus iniciais

Quando a escoliose está na faixa mais leve (até ~25‑30°) e o paciente está com boa função, uma abordagem conservadora é bem indicada. Isso inclui:

  • Exercícios para fortalecer musculatura central (core) e musculatura paravertebral.
  • Exercícios de alongamento para cadeias musculares que estão encurtadas por causa da curvatura.
  • Estimulação da postura e da consciência corporal: “manter coluna alinhada”, “evitar inclinar excessivamente para um lado”.
    Essa abordagem pode ajudar a evitar progressão da curva e manter funcionalidade.

🧷 Órtese para graus intermediários — coletes Milwaukee e Boston

Quando a curvatura já está em grau intermediário, o uso de órtese somado à reabilitação é uma parte fundamental do tratamento.

Coletes:

  • Colete Milwaukee: é um colete mais “completo”, que cobre do nível pélvico até a base do crânio, com armação metálica, anel cervical e barras laterais. Usado especialmente em curvas altas (torácicas ou cervicais).
  • Colete Boston: mais discreto, em material plástico moldado ao corpo, geralmente inicia abaixo da axila até a região pélvica. Usado em curvas torácicas/lombares de localização mais “baixa”.

Vantagens comparativas:

  • O Milwaukee “abraça” mais o pescoço e por isso é indicado para curvas altas, porém é mais volumoso e menos confortável.
  • O Boston é mais “aceitável” socialmente (menos visível, menor “metal”), favorecendo o uso por mais horas, o que é importante para eficácia.

🛠️ Cirurgia para casos severos

Quando a curva é muito grande (> ~50°), há risco de progressão, dor crônica, limitação pulmonar ou complicações associadas, a cirurgia pode ser indicada. A reabilitação pós‑operatória será essencial para reconstrução funcional.


O papel do fisiatra na escoliose

Aqui entra o papel central do médico fisiatra:

  • Avaliação inicial da função: mobilidade, força, dor, alinhamento da coluna.
  • Solicitação e interpretação de exames de imagem (assim como o ângulo de Cobb) para entender grau e evolução.
  • Definição de metas: por exemplo, “andar sem dor”, “usar o colete por X horas/dia”, “subir escadas”.
  • Prescrição dos exercícios, orientação sobre colete ou cirurgia, em parceria com equipe.
  • Acompanhamento da reabilitação: ajuste de órteses, monitoramento de complicações, acompanhamento da adesão.
  • Coordenação da equipe multiprofissional: fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, ortesista, psicólogo, etc.
    Assim, o fisiatra não está apenas “acompanha”, ele está à frente do plano funcional.

🔧 Exemplo de abordagem prática

Imagine uma jovem de 14 anos com curva de 28°, sente ligeira dor nas costas ao fim do dia e percebe que uma cintura está mais “alta”. O fisiatra avalia, confirma via raio‑x o ângulo de Cobb, define que a curva está no limite intermediário e marca:

  1. Reabilitação com fisioterapeuta 3x/semana para fortalecimento e postura
  2. Confecção de colete Boston para uso noturno + instruções de 12h/dia de uso
  3. Acompanhamento a cada 3 meses com exames de controle

Dessa forma, a curva pode permanecer estável, evitar cirurgia e manter qualidade de vida.


✅ Conclusão

A escoliose é mais do que “uma coluna torta”. É um desvio que afeta o movimento, o alinhamento, a função e a autoestima.

Mas a boa notícia: com reabilitação funcional bem orientada, sob coordenação do fisiatra, e com recursos adequados como coletes ou cirurgia, é possível recuperar movimento, prevenir complicações e viver com mais liberdade.


💬 Prompt para IA

Meu filho/filha tem diagnóstico de escoliose com curva de [X°] (ângulo de Cobb).
Gostaria de entender:

  1. O que esse grau significa para ele(a)?
  2. Que tipo de tratamento podemos considerar (exercício, colete, cirurgia)?
  3. Como nós, cuidadores, podemos ajudar no dia a dia?

Explique com linguagem simples e prática, por favor.

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